O Plebeu e a Donzela

Donde vens desfalecida,
Já cansada pela ida
Onde repousas teu sono?

Donde vens desamparada?
Pelo amor injustiçada,
Com ar de quem chora calada?

Donde vens que quase louca
Fizeste beijar tua boca
Este pobre moço gentil?

Sua ação é costumeira
Ou reflete carências mil?

Pois sim doce moça Donzela
Prometida ao rei meu senhor
Não queiras me dar seu amor

Ou então minha vida na cela
Seria perpétua dor…

Sonharia com as horas mais belas
Ao teu lado
Oh! Flor singela

Mas ao sol não veria então
Com você no meu coração.

Calaria meus lábios nas mágoas
E a saudade furtar-me-ia as águas
Morreria eu de sede e inanição.

Ainda ontem rosou tua face,
Quando viste este humilde plebeu.
E eu, caí ao léu.
Imaginei-la pura em meus braços.
Meu universo era uma flor caída do céu.

Os cavaleiros já sondavam os portões
Mas os meus olhos emaranharam-se nos cordões
Desse teu sorriso que me faz escravo
Cultivador de ilusões

Donde vens doce Senhorinha
Que me tomas a alma e a calma
Pois sem ti não estou a salvo
Donde vens que tão graciosa
Fazes de mim o seu alvo

Também pelas paisagens do lago
Vi teu rosto adormecer-se
E em teu sonho chamavas por mim
Odrieu, Odrieu, Odrieu.
E eu suspirava morrendo por um beijo seu

E eu respirava flor, rosa
Eu um plebeu aventureiro
Agora cativo por inteiro
Já não tenho os pés no chão

Estou iluminado
Só respiro amor e paixão

Donde vens doce senhorinha
Quisera eu que tu voltasses
Já que não podes ser minha

Morasses em outro universo
Onde fosse rainha…
Só minha só minha, só minha.

Mas ao contrário aqui estás
Faceira, nobre, audaz

Pois sim, doce moça donzela
Prometida ao rei meu senhor
Não queiras me dar seu amor

Ou então minha vida na cela
Seria perpétua dor…

Sonharia com as horas mais belas
Ao teu lado, oh! Flor singela

Mas ao sol não veria então
Com você no meu coração.

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