Ah! O meu amor, estranho sentimento esse que vos fala,
Vem de dentro, queima e nunca se cala, busca o infinito,
Busca a felicidade, mas o que é amar? é um sofrer sem porque,
è um eterno aprender, é o gosto dos amantes, o vinho das bacantes.
Sou o poeta, dos versos sem notas, dos amores sem sentido,
Do coração sem abrigo, das dúvidas, dos valores esquecidos.
Sou a certeza, da coragem sem razão, do destruído coração,
Da morte da canção, da poesia exilada, do beijo e da porrada.
Sinto na boca o sangue dos errantes, dos poetas delirantes,
Da loucura e da embriguez, sou a cegueira em plena lucidez.
Sou Storm, tempestade em movimento, calor e sofrimento,
A loucura e insensatez, sou a vida medida e esquecida,
Sem métrica, sem vida, sem nada, sem porque.
Sou um homem, perdido no espaço, com o coração em pedaços,
Sem saber onde pisar. Me chamam de louco, de doido varrido,
mas meu peito já foi aquecido, de amor e de prazer.
Na noite somos todos lobos, alguns insanos, outros bobos,
Alguns santos outros demoníacos. Termino estas linhas,
sem sentido ou direção, me perdi em teus braços,
Nas curvas do teu corpo, na imaginação da minha mente,
Nos olhos da serpente eu vi teu amor.
Márcio C. Pacheco