Loucuras de amor
Amor! Ah! Este sentimento que transforma os seres
em malucos, loucos, apalermados, insanos,
desvairados, birutas, pirados,
e em verdadeiros dementes.
Os malucos por amor,
murmuram palavras sem sentido,
tomam o silêncio nas mãos e o entende.
Sabem escutar o silêncio.
E quem os compreendem e entendem?
Podem gritar suas razões e perguntas;
os outros somente riem,
e se escondem de receio e medo.
Os loucos por amor,
são como pássaros alucinados,
que confundem as luzes das casas
por constelações de estrelas,
e perdem-se nas frias alturas.
Os apalermados por amor,
conversam com os ventos;
vêem o rosto da amada nas nuvens,
em qualquer superfície d’água;
escutam a voz da pessoa amada
em quaisquer ruídos e sons,
perdem-se em qualquer estrada e caminho.
Os insanos por amor,
confundem as silabas em seus ouvidos tontos;
não sabem mais contar o tempo;
riscam nomes no espaço vazio,
com serenos giros de um dedo imaginário;
as musicas se tornam verdadeiros ecos
de poesias em seus ouvidos.
Os desvairados por amor,
vivem em constante vertigem da aventura,
medem os abismos que existem entre seu amor,
traços de raios de grandes tempestades,
viram pequenas fagulhas;
perdem a noção de leis, valores e perigos;
tornam-se verdadeiras crianças indefesas,
totalmente desprotegidas.
Os verdadeiros dementes por amor,
vê em cada face o rosto de seu amor;
em verdadeiros desertos encontram oásis,
seus paraísos particulares;
seus olhos jamais vêem a escuridão,
tudo é luz e verdadeira ilusão!
Eliezer Lemos