Hoje, levantei-me angustiado,
Preso a coisa nenhuma,
Solto dos laços do mundo,
Sozinho e louco de individualidade.
Os feitiços que se suspendem no ar,
Circulam em torno, contornam-me,
É-me difícil respirar!
Os dias de Hoje repetem-se,
Seja no brotar dos dias no começo,
No passar das estações em maturação
As folhas amarelecidas já no melaço
Os rios gelados nos rigores do fim!
São presenças assíduas!
Fazem-nos mais humanos, mais indescritíveis,
Complexamente nós próprios, no nosso armário emocional,
Como os nossos dias…como Hoje!
A vibração é perceptível, indizível,
Quem dera ter a salvação em mim
Para vencer dias assim, que são assíduos
E são verdadeiros e me fazem ser eu…como Hoje!
O dia de hoje tem falta de razões para ser um dia normal
Tem uma mente esquizofrénica e procura razões onde elas não existem
É um louco atrás de outro louco que o vive sem escolha
Uma vida de sofrimento em momentos de recolha
Recolho-me em mim,
Porque hoje sou eu,
Não sou feliz por não ter escolha, porque hoje é um dos dias como…Hoje
A felicidade não me esconde!
Jazendo no chão em busca das folhas caídas,
Entrando e saindo do pecúlio da razão
Não trará de volta a normalidade que procuro!
A busca da salvação não está na morte do nada que nos preenche,
Tornando-nos assassínios de momentos, profundamente nossos é uma loucura,
Tão louca quanto suicida!
Ele…os há,
Quem preencha o nosso vazio e nos adormeça para o madrugar
Um dia diferente, um sorriso especialmente cheio do vazio que nos falta
Uma vida diferente, num dia igual aos outros…mas não Hoje!
Ele…os há!
Quem nos sussurre, gritando aos ouvidos,
Segredos de Amanhã!
Olha-nos nos olhos, Pela porta da Alma
E grita com murmúrios só por nós entendidos!
As bruxas e as Princesas que fazem parte de nós,
Que nos trazem à cama os deleites destes dias,
Falam, brincando que somos nós,
Quem lhes enchemos o vazio dos seus dias!
Haverá bruxas principescas ou princesas arroxeadas,
Que valham a nossa valentia, o quebrar da nossa avareza
Para serem para nós e nós a elas,
Leves cânforas, carinhosas caixas,
Da Insignificância que nos respira …para dias como Hoje!