Louca tempestade no mar aberto do meu peito,
Lágrimas e chuva se misturam e banham meu rosto.
Estou sem rumo, sem teu amor – à deriva!
Sou a nau flutuando sem destino nem vida.
Acordei dum sonho feliz, despertei dos teus abraços,
Caí no abismo da solidão, nos lençóis vazios.
Vi-me longe do teu corpo, desfeita em mil pedaços.
Sou a tristeza! Este é o único sentimento que irradio.
Perdida nos planos perfeitos que me fizeste sonhar,
Decorada com adornos e enfeitada com tuas palavras,
Vi meu castelo de areia, aos poucos, desmoronar…
Iludida por minha própria cegueira não pude enxergar.
Mas agora vejo um novo dia, longe do seu domínio,
As nuvens estão claras e o sol voltou a brilhar,
Descobri que a dor é só um rio estreito e contínuo,
Com o tempo se esvai na imensidão do mar.